sábado, 21 de março de 2009

Do jardim do éden ao tao da fisica


Caramba, dessa vez fiquei quase um mês sem escrever; será que eu dou pra isso? são tantas emoções, né Rei?
Pois é, da última vez falei sobre força, e da onde ela vem. Eu não fui criada com paparico, beijos e colo; sempre senti falta disso mas fui me virando. Não que eu não tenha sido cuidada, alimentada etc e tal...usufruí de conforto e bem estar. Também recebi educação espiritual/religiosa, passeando pelo catolicismo, pelo espiritismo kardecista e pela igreja messiânica, mas não vivi a fé que conforta; eu não sentia falta disso e seguia me virando. Aquela busca, 'da onde eu vim, pra onde eu vou' foi sendo trilhada da forma mais eclética; astrologia, búzios, tarô, i ching; sufis, templários, filosofia, freud, capra; do jardim do éden ao tao da física...
Quando os exames definiram o diagnóstico, fiquei sabendo que não era possível a cirurgia, porque eram vários nódulos espalhados pelo pulmão direito. Ou seja, restava a quimioterapia e rezar. Êpa! rezar? pedir? o que, pra quem? e lá fui eu me virar...
Primeiro eu quis saber sobre adenocarcinoma de pulmão, tratamento e prognóstico; também procurei no google uma imagem e, quando abriu na tela, perdi a respiração. Foi igualzinho o dia em que eu levei uma 'benção', bem no diafragma, da menina com quem estava jogando capoeira. Nas duas situações eu pensei: "-agora eu sei como você é". Fiz várias tentativas de voltar a olhar, até que consegui fixar a figura. Eu sentia que precisava encarar.
Preparei uma lista de perguntas pra fazer pro médico, discuti as possibilidades e as estatísticas com ele. "Às vezes dá certo, outras não, me disse ele; depende de muitos fatores". Saí do consultório com essa certeza esperançosa - tudo é relativo; sendo assim, eu tinha chance.

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